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de Maio de 2015 , 16:57
O governo do Estado – por meio
da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDE) – reconheceu, oficialmente,
nesta quinta-feira (28), em Montes Claros, o Arranjo Produtivo Local (APL) do
Pequi e outros Frutos do Cerrado. O novo arranjo contempla 14 municípios do
norte do estado de Minas Gerais, e o benefício mais imediato aos produtores
organizados e àqueles que agregam valor ao pequi é o crédito especial da Caixa
Econômica Federal (CEF) com taxas consideradas atrativas nesse momento de juros
altos.
O coordenador do Núcleo Gestor de Arranjos Produtivos Locais da SEDE, Fernando Passalio Avelar, explicou as duas linhas de crédito que beneficiam diretamente os integrantes do APL do Pequi. São elas: a linha Proger – com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) – destinada à expansão da empresa, bem como para aquisição de novos equipamentos, veículos, computadores e até mesmo reforma. A taxa é de 0,94% ao mês com prazo de 48 meses para pagamento e 180 dias de carência; a outra linha disponível é APL Giro, recurso do Programa de Integração Social (PIS), que como o próprio nome diz, se destina ao capital de giro das empresas com alíquota de 0,83% ao mês e 12 meses para pagamento.
Passalio disse ainda que o Estado está reformulando a política dos APLs, por isso pediu às associações e cooperativas do Pequi para contribuírem com sugestões em pontos considerados fundamentais ao desenvolvimento do setor. O novo APL passou, a partir de hoje, a fazer parte do Núcleo Gestor da Cadeia Produtiva do Pequi e outros Frutos do Cerrado da SEDE, cujo objetivo é articular ações visando dar apoio à cadeia produtiva. Também no Estado, dentro da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário (SDA), Pecuária e Abastecimento (Seapa), existe o Conselho Diretor Pró-Pequi, responsável pela gestão do Programa Mineiro de Incentivo ao Cultivo, à Extração, ao Consumo, à Comercialização e a Transformação do Pequi.
Os municípios contemplados com essa iniciativa são: Montes Claros, Januária, Chapada Gaúcha, São João da Lagoa, Buritizeiro, Rio Pardo de Minas, Riacho dos Machados, Lontra, Japonvar, Várzea da Palma, Ponto Chique, Coração de Jesus, Arinos e Bonito de Minas. Boa parte dos produtores de pequi do norte de Minas é organizada em associações e cooperativas, mas há aqueles que não são vinculados a nenhuma entidade.
“A cadeia do pequi é muito importante para o norte de Minas, atendendo a milhares de famílias. Por isso, consideramos fundamental esse novo olhar do governo para essa cultura”, afirmou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso. Ele lembra que no passado, o pequi era fonte de renda apenas nos meses da safra. Entretanto, com a inovação alcançada nos últimos anos, é possível movimentar o setor durante todo o ano na fabricação de derivados do fruto.
Variedade de usos e benefícios à saúde
O pequi é uma árvore nativa do cerrado brasileiro e o seu fruto é muito utilizado nas culinárias mineira e goiana. Dele é extraído o óleo de pequi, a polpa e a castanha. Fabrica-se também farinha, geleia e o licor de pequi. O fruto tem cheiro e sabor marcantes e pode ser consumido cozido puro ou com arroz e frango. Do ponto de vista nutricional é considerado um alimento rico em vitamina A e potássio; possui propriedades medicinais com ácidos graxos monoinsaturados, altos índices de compostos anti-inflamatórios e é remédio natural para asma.
Atualmente, existem cerca de 40 Arranjos Produtivos Locais (APLs) no estado em diferentes segmentos da economia. Entre eles estão o de eletroeletrônicos (Santa Rita do Sapucaí), biotecnologia (Grande BH, Triângulo e Viçosa) e software (Grande BH). A união de empreendedores em forma de APL facilita o acesso a linhas de crédito com juros mais baixos, impulsiona a comercialização dos produtos nos mercados interno e externo e possibilita outros benefícios como capacitação, por meio de cursos e workshops.
Por
Ascom SEDE
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