Tenda dedicada a Josué de Castro na Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional
Grupo EmTenda, de Santa Catarina, resgata a história do médico, cientista político e professor que dizia que a fome não era problema natural, mas fruto de ações dos homens. Com a conferência de Salvador, agora são quatro os eventos nacionais onde o grupo tem levado a história de Josué de Castro para municiar debates de políticas de enfrentamento à insegurança nutricional
Com o objetivo de aproximar a história de Josué de Castro, médico brasileiro que dedicou seu tempo e talento para chamar a atenção para o problema da fome e da miséria, o Grupo EmTenda, formado por nutricionistas de Santa Catarina, montou a Tenda Josué de Castro. “Não se faz nada sem história”, afiança Neila Maria Viçosa Machado, membro do grupo e professora da Universidade Federal de Santa Catarina.
Tudo começou quando Neila constatou que estudantes de uma escola chamada Josué de Castro desconheciam o cientista. Resolveu, então, trazer a história dele para os debates. Na 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que vai até dia 10 em Salvador, a tenda está em sua quarta versão.
“Queremos trazer Josué para os encontros científicos, aproximar a discussão dos saberes populares com o científico”, explicou Neila. A primeira participação foi durante o Congresso Brasileiro de Alimentação e Nutrição no município catarinense de Joinville; depois, durante a Semana Mundial da Alimentação, em Florianópolis, e por fim na Conferência Estadual de Santa Catarina. “Alguns grupos já se aproximaram, agora a tenda é nacional”, alegra-se a nutricionista. Anna Maria de Castro, filha de Josué, é uma delas. “Ela nos encaminha textos e já esteve em um dos eventos.”
Novidades – A cada versão, a tenda ganha uma novidade. Além de retratar a linha do tempo sobre a fome e Josué de Castro, possui dois painéis: um com denúncias de violação de segurança alimentar e nutricional e o direito humano à alimentação adequada e saudável; e outro sobre promoção do tema. Todos os estados brasileiros estão representados e a novidade são as bandeirinhas, cada uma com um chamamento: garantia do direito, desperdício de alimentos, alimentação escolar, Programa de Aquisição de Alimentos da agricultura familiar (PAA), educação alimentar e nutricional, entre outras.
A proposta, além de resgatar a cultura, a tradição e a luta de Josué de Castro, é ser um espaço de manifestação. “A tenda não deve estar apenas em eventos de nutrição, mas circular em diferentes discussões”, propõe Neila. Já há programação para dois eventos em 2012: o World Nutrition, no Rio de Janeiro, e o Congresso Brasileiro de Alimentação e Nutrição, em Recife.
Josué de Castro – Nascido no Recife e graduado em 1929 em Medicina pela Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro), nos primeiros anos de formado entendeu que a fome estava presente na vida de grande parte da população brasileira. Exerceu profunda influência na vida nacional e grande projeção internacional entre 1930 e 1973.
Crítico das especializações, seu trabalho científico foi marcado pela multidisciplinaridade. Ao escrever, em 1946, o festejado livro “Geografia da Fome”, afirmava que a fome não era problema natural, isto é, não dependia nem resultava dos fatos da natureza – ao contrário, era fruto de ações dos homens, de suas opções, da condução econômica que davam a seus países.
Recebeu o Prêmio Internacional da Paz e indicações para o Nobel da Paz. Teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar de 1964. Exilou-se na França, onde passou a lecionar na Sorbonne. Morreu em Paris em 1973, sem ter voltado vivo ao Brasil.
Fonte: Site MDS
Tudo começou quando Neila constatou que estudantes de uma escola chamada Josué de Castro desconheciam o cientista. Resolveu, então, trazer a história dele para os debates. Na 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que vai até dia 10 em Salvador, a tenda está em sua quarta versão.
“Queremos trazer Josué para os encontros científicos, aproximar a discussão dos saberes populares com o científico”, explicou Neila. A primeira participação foi durante o Congresso Brasileiro de Alimentação e Nutrição no município catarinense de Joinville; depois, durante a Semana Mundial da Alimentação, em Florianópolis, e por fim na Conferência Estadual de Santa Catarina. “Alguns grupos já se aproximaram, agora a tenda é nacional”, alegra-se a nutricionista. Anna Maria de Castro, filha de Josué, é uma delas. “Ela nos encaminha textos e já esteve em um dos eventos.”
Novidades – A cada versão, a tenda ganha uma novidade. Além de retratar a linha do tempo sobre a fome e Josué de Castro, possui dois painéis: um com denúncias de violação de segurança alimentar e nutricional e o direito humano à alimentação adequada e saudável; e outro sobre promoção do tema. Todos os estados brasileiros estão representados e a novidade são as bandeirinhas, cada uma com um chamamento: garantia do direito, desperdício de alimentos, alimentação escolar, Programa de Aquisição de Alimentos da agricultura familiar (PAA), educação alimentar e nutricional, entre outras.
A proposta, além de resgatar a cultura, a tradição e a luta de Josué de Castro, é ser um espaço de manifestação. “A tenda não deve estar apenas em eventos de nutrição, mas circular em diferentes discussões”, propõe Neila. Já há programação para dois eventos em 2012: o World Nutrition, no Rio de Janeiro, e o Congresso Brasileiro de Alimentação e Nutrição, em Recife.
Josué de Castro – Nascido no Recife e graduado em 1929 em Medicina pela Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro), nos primeiros anos de formado entendeu que a fome estava presente na vida de grande parte da população brasileira. Exerceu profunda influência na vida nacional e grande projeção internacional entre 1930 e 1973.
Crítico das especializações, seu trabalho científico foi marcado pela multidisciplinaridade. Ao escrever, em 1946, o festejado livro “Geografia da Fome”, afirmava que a fome não era problema natural, isto é, não dependia nem resultava dos fatos da natureza – ao contrário, era fruto de ações dos homens, de suas opções, da condução econômica que davam a seus países.
Recebeu o Prêmio Internacional da Paz e indicações para o Nobel da Paz. Teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar de 1964. Exilou-se na França, onde passou a lecionar na Sorbonne. Morreu em Paris em 1973, sem ter voltado vivo ao Brasil.
Fonte: Site MDS
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