Marcelo Torres
O noticiário de portais de notícias nacionais repercutiram na última quarta-feira uma matéria veiculada pela BBC sobre os custos que os países têm com problemas relacionados à obesidade. Segundo a BBC, a obesidade provoca despesas anuais da ordem de R$ 5,2 trilhões em todo o mundo, de acordo com estudo internacional conduzido pelo McKinsey Global Institute
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No Brasil, diz a matéria, esses custos chegam a R$ 110 bilhões, o que representa 2,4% do PIB, o Produto Interno Bruto, que é a soma de todas as riquezas produzidas no país. Em todo o mundo, o custo da obesidade é quase o mesmo de doenças provocadas pelo cigarro e das perdas em conflitos armados - e tão relevante quanto o alcoolismo e as mudanças climáticas.
Ainda na reportagem da BBC, a obesidade no Brasil é o terceiro de uma lista de problemas de saúde pública que mais pesam na economia, atrás de mortes violentas e alcoolismo, mas à frente do tabagismo. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), divulgados pelo Ministério da Saúde, revelam que 51% da população adulta brasileira está acima do peso.
O estudo revela também que há um crescente "pedágio econômico" decorrente da obesidade. Isto porque a obesidade tem consequência não só na saúde pública, como também em setores da economia. Ao provocar doenças, a obesidade diminui dias úteis e afeta a produção, entre outras consequências.
Antes desse estudo de entidade internacional, uma outra pesquisa - realizada na Universidade de Brasília (UnB) e divulgada em março do ano passado pelo Ministério da Saúde - revelou que o tratamento da obesidade e de doenças a ela relacionadas custaria R$ 488 milhões de reais por ano ao governo brasileiro.
Na 2ª Conferência Internacional de Nutrição, realizada semana passada, em Roma, na Itália, o governo federal apresentou a estratégia brasileira para a prevenção e controle da obesidade, com um conjunto de ações para ampliar a oferta de alimentos saudáveis, de educação alimentar e nutricional e de atenção nutricional na saúde.
A obesidade tem sido uma pauta frequente nas instâncias e conferências realizadas pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), órgão de assessoramento imediato da Presidência da República, que tem papel consultivo e propositivo na formulação de políticas públicas voltadas para a segurança alimentar e nutricional no país.
Entre as propostas defendidas pelo Consea em exposições de motivos e proposições extraídas de conferências, estão a adoção de ações de educação alimentar e nutricional, a implementação de iniciativas em favor da alimentação adequada e saudável, o fortalecimento da agroecologia e da produção orgânica e a regulação da propaganda de alimentos para crianças, entre outras proposições.
Fonte: com informações de agências e portais de notícias
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