Anvisa
abriu consulta pública sobre o tema, mas pretende manter o uso do ingrediente
2,4-D, apesar de sua alta toxicidade - prazo termina dia 17
Em
contribuição à consulta pública aberta pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), o Idec defendeu o fim do uso do 2,4-D
(2,4-diclorofenoxiacético) como agrotóxico no Brasil.
Um
dos ingredientes ativos do “agente laranja”, esse composto é classificado como
altamente tóxico e afeta a saúde humana e ambiental. O agente laranja ficou
conhecido durante a Guerra do Vietnã (1955-1975), quando foi usado como arma
química pelos Estados Unidos e provocou graves problemas de saúde na população
local.
O
2,4-D é base de muitos agrotóxicos neurotóxicos, que afetam o sistema
reprodutivo e são apontados como potencialmente cancerígenos pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), além de ser considerado desregulador do
sistema endócrino.
Apesar
disso, a proposta da Anvisa na consulta pública é manter a autorização de uso
do 2,4 D. Atualmente, esse composto é o segundo agrotóxico mais vendido no
Brasil, sendo aplicado em plantações de arroz, aveia, café, cana-de-açúcar,
centeio, cevada, milho, pastagem, soja e trigo.
O
argumento da agência reguladora para manter o uso do 2,4-D é que faltam
evidências conclusivas sobre os riscos à saúde. Para o Idec, no entanto, as
conclusões da OMS e de outros estudos são suficiente para banir o ingrediente,
com base no princípio da precaução.
Desde
2014, o Idec vêm se posicionando contra o uso dessa substância no Brasil. Na
época, o Instituo assinou o dossiê do grupo de estudos em agrobiodiversidade
sobre impactos à saúde causados pelos agrotóxicos à base de 2,4-D e pelas
plantas tolerantes a esses venenos.
O
Idec participou da consulta pública apresentando os argumentos destacados no
dossiê e também os do parecer de uma pesquisadora da Fundação Osvaldo Cruz
(Fiocruz), reunidos nesta página pela Campanha
Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
Participe
da consulta pública
A
consulta pública realizada pela Anvisa fica aberta à participação de toda
sociedade até dia 17 de junho.
Para
participar, basta entrar no site da agência e
preencher o fomulário, indicando se é a favor ou contra a manutenção do uso do
ingrediente 2,4-D. É possível apresentar justificativas e anexar documentos.
Veja aqui instruções
mais detalhadas sobre como enviar contribuição à consulta pública.
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