Grávidas expostas à poluição do ar podem dobrar risco de seus filhos serem obesos
Estudo apontou que as chances de a criança desenvolver o problema são associadas a poluentes emitidos principalmente por automóveis
Mulheres grávidas expostas a altas concentrações de poluentes do ar
podem dobrar as chances de seus filhos desenvolverem obesidade até os
sete anos de idade em comparação com gestantes menos sujeitas ao contato
com a poluição. Essa é a conclusão de um estudo desenvolvido na
Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e publicado na edição
deste mês do periódico American Journal of Epidemiology. O trabalhou associou o risco principalmente a uma determinada classe de poluentes, os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP), compostos que são liberados especialmente com a combustão incompleta de diesel, gasolina e tabaco.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Association of Childhood Obesity With Maternal Exposure to Ambient Air Polycyclic Aromatic Hydrocarbons During Pregnancy
Onde foi divulgada: periódico American Journal of Epidemiology
Quem fez: Andrew Rundle, Lori Hoepner, Abeer Hassoun, Sharon Oberfield, Greg Freyer e outros
Instituição: Universidade de Columbia, Estados Unidos
Dados de amostragem: 702 grávidas de 18 a 35 anos, não fumantes e que moravam em Nova York
Resultado: Mulheres mais expostas ao HAP podem dobrar o risco de seus filhos desenvolverem obesidade até os sete anos de idade
“A obesidade é uma doença complexa e envolve vários fatores de risco
que não somente aqueles relacionados às nossas escolhas individuais,
como dieta e exercícios físicos”, afirma o coordenador do estudo, Andrew
Rundle. “Para muitas pessoas, a exposição pré-natal à poluição do ar
pode interferir na balança e torná-las ainda mais suscetíveis à
obesidade”, diz.
A pesquisa — Foram selecionadas 702 mulheres grávidas e
não fumantes para o estudo. Elas tinham entre 18 e 25 anos e viviam na
cidade de Nova York. No terceiro trimestre da gestação e ao longo de
dois dias inteiros, elas usaram uma mochila equipada para calcular os
níveis de poluição atmosférica dos ambientes onde estavam. Mais tarde,
os pesquisadores acompanharam seus filhos até eles terem sete anos de
idade.
Os resultados indicaram que, em comparação com os filhos das mulheres
que foram menos expostas ao HAP, as crianças cujas mães mais tiveram
contato com os poluentes apresentaram 1,7 mais chances de serem obesos
aos cinco anos de idade e 2,2 mais chances, aos sete anos. Nessa idade,
essas crianças tinham, em média, 1,5 quilo a mais de gordura do que as
outras. Não foi encontrada associação entre obesidade infantil com
níveis socioeconômicos e cigarros em casa.
De acordo com os autores do estudo, essa é uma das primeiras evidências
de que a poluição do ar pode contribuir para a obesidade em seres
humanos. Pesquisas anteriores feitas em ratos mostraram que a exposição
pré-natal ao HAP pode provocar aumento da massa de gordura. Além disso,
um trabalho feito em laboratório com células humanas indicou que os
poluentes podem impedir o processo normal pelo qual a célula de uma
pessoa quebra as moléculas de gordura.
HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS POLICÍCLICOS (HAP)
Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos são uma classe de compostos
orgânicos. Dos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, 16 são indicados
pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos como sendo
poluentes prioritários, que têm sido cuidadosamente estudados devido à
sua toxicidade, persistência e predominância no meio ambiente. Os HAP
podem causar efeitos toxicológicos no crescimento, metabolismo e
reprodução de todos os componentes do meio ambiente.
Leia também:
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/exposicao-a-poluicao-no-utero-materno-esta-associada-a-problemas-de-comportamento-na-infancia
Fonte: Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental)
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