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 Gestantes e mães mineiras ganham rede social exclusivaLançamento faz parte de conjunto de ações para redução da mortalidade materna e infantil no estado. "Cada óbito infantil deve ter dimensão de catástrofe", diz o secretário de saúde

Letícia Orlandi

Após o cadastro, é possível interagir com outras mães e profissionais de saúde (Reprodução / redemaesdeminas.com.br)
Após o cadastro, é possível interagir com outras mães e profissionais de saúde

Cerca de 85% dos internautas brasileiros entre 18 e 60 anos procuram informações médicas na internet. E 83% fazem as pesquisas online depois das consultas presenciais, de acordo com estudo da Universidade de São Paulo (USP). Entre as gestantes e mães, principalmente as de primeira viagem, essas “buscas implacáveis” vão além e envolvem uma rede de contatos para trocar experiências com outras mães e tirar dúvidas.

Atenta a esse comportamento e preocupada com a saúde materno-infantil, uma parceria da Fundação Assis Chateaubriand com o programa Mães de Minas, da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), lança na tarde desta quarta-feira a Rede Mães de Minas (www.redemaesdeminas.com.br). O site oferece várias opções de conteúdo, como dicas de médicos ginecologistas, pediatras, clínicos gerais e enfermeiras sobre assuntos que toda mulher deve (e procura) saber nessa fase, desde o parto e a amamentação até o desenvolvimento infantil e o uso de acessórios, como cintas.

Além disso, após o cadastro ou acesso por meio do Facebook, é possível interagir com outras mães e profissionais de saúde, curtindo e comentando notícias. As internautas podem compartilhar fotos e até ecografias, além de participar de fóruns de discussão com grupos temáticos: etapas da gestação, amamentação e cuidados com o bebê, por exemplo. Outro serviço é a régua da gravidez, em que a mulher informa a data da última menstruação e recebe informações em uma linha do tempo. Ela pode também responder a um questionário para medir o humor pós-parto.

As gestantes e mães têm acesso ainda a um calendário com sistema de alertas para as datas das próximas consultas e compromissos, com espaço para registrar os dados e resultados de exames. A partir das informações fornecidas, o site apresenta gráficos para acompanhar a evolução de peso, pressão arterial, glicemia e movimentos do bebê no útero. Além da nova rede social, o programa Mães de Minas oferece um canal de atendimento telefônico 24 horas, pelo número 155.

Redução da mortalidade infantil
A rede social faz parte de um conjunto de iniciativas voltadas para a redução da mortalidade materna e infantil no estado que serão anunciadas durante o 3º Encontro Estadual de Saúde, realizado durante esta semana no Expominas, em Belo Horizonte. “Não é possível pensar em mobilização, hoje, sem considerar a internet e as redes sociais. Nós estamos fortalecendo as maternidades, os municípios e a rede de saúde, mas a participação da sociedade é fundamental para o sucesso do programa. A premissa do Mães de Minas é transformar a maternidade no nosso maior patrimônio. A gravidez e o primeiro ano de vida são cruciais para uma sociedade mais saudável, justa e solidária”, define o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge.


Para Mariana Borges, superintendente executiva da Fundação Assis Chateaubriand, parceira do projeto, a rede social é um canal de comunicação moderno e dinâmico, bastante disseminado atualmente. Por meio dele, é possível aproximar, de forma mais fácil e prática, as mães e os profissionais da saúde estadual. "Nossa ideia é oferecer um novo canal para promover a conscientização das mães mineiras para o autocuidado, melhorando seu comportamento em saúde. Dessa forma, podemos contribuir para o alcance dos objetivos do milênio estipulados pela Organização das Nações Unidas (ONU)", destaca. "Queremos tirar os mitos e inserir conhecimentos de qualidade, que permitam às pessoas perceberem a saúde de uma maneira diferente", acrescenta o ginecologista e obstetra Ricardo Cabral, colaborador da Rede Mães de Minas.

Os resultados estão aparecendo aos poucos. Lançado em agosto de 2011, o programa Mães de Minas, que acompanha gestantes e mães com crianças de até um ano de idade, conta com 29.269 gestantes cadastradas, além de 8.129 bebês. O conjunto de ações na área de saúde fez com que a taxa de mortalidade infantil em Minas Gerais caísse de 20,8, em 2003, para 13,1 em 2010. A meta é chegar a 10,61 em 2014.

Benefícios para os gestores da saúde
As prefeituras municipais e seus profissionais de saúde também podem participar da rede social e interagir com as mães de suas cidades. Para os gestores, uma das principais vantagens da ferramenta é a criação de uma base de dados constantemente atualizada, permitindo o desenvolvimento de políticas públicas específicas.

Segundo o secretário, o evento desta quarta-feira marca também a ampliação da preocupação com a vigilância sobre a mortalidade infantil e a notificação compulsória das mortes. “Cada óbito infantil deve ter uma dimensão de catástrofe. As razões devem ser investigadas pela equipe de saúde e os recursos enviados às prefeituras serão condicionados às metas. As localidade que atingirem o cadastramento de 80% das gestantes previstas em sua área de atuação receberão um aumento de 100% no incentivo referente ao Saúde em Casa”, explica Antônio Jorge.

Além destas medidas, será assinada a deliberação que autoriza o incentivo financeiro aos agentes comunitários e técnicos de saúde, responsáveis por identificarem as mães. Também será assinada autorização de liberação de recursos do Tesouro estadual para cerca de 200 novos leitos de UTI Neonatal até 2014 e serão lançados o Programa de Controle da Toxoplasmose Congênita e o Curso de Formação, Mobilização e Articulação dos Meios de Comunicação Comunitário.

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