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Encontro Nacional do Movimento das Mulheres
Camponesas discute a realidade latino-americana
 
Na manhã da última terça-feira (19), representantes de movimentos das mulheres do campo fizeram uma análise, sob a perspectiva rural, da conjuntura nacional e internacional. A realidade latino-americana foi o principal tema em discussão. A mesa deu continuidade às atividades do I Encontro Nacional do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), que acontece em Brasília  até quinta-feira (21).

A maioria das participantes do encontro está pela primeira vez vivenciado um evento nacional, o que corresponde a uma renovação do MMC desde seu congresso em 2004, constatou Noeli Welter, da coordenação do movimento. Ela criticou o modelo de produção do agronegócio, que funciona com base na monocultura de exportação defendida pela televisão todos os dias, levando em consideração que a agricultura camponesa é responsável por 75% da comida na mesa do brasileiro. Noeli questionou a plateia, e apenas um terço das mulheres disse ter titulação de suas terras, o que, segundo ela, significa a exclusão produzida pelo atual modelo.

"Quanto mais terra e possibilidades tivermos na mão, aumentaremos nossa produção apesar das dificuldades para vendermos nossos produtos. Produzimos com diversidade, mesmo com pouca terra e crédito, através da agroecologia. O agronegócio fica com os latifúndios e só produz 25% para o país. Provoca doenças pelo uso extensivo de venenos, principalmente o câncer. Dizem que esse modelo vai sustentar os povos, e a gente vê pessoas sem acesso à alimentação, sobretudo saudável. Sem falar na destruição da natureza e da biodiversidade. Trouxe a modernidade, mas está nos matando", observou a militante.

Ela explicou ainda que as mulheres camponesas lutam por outro projeto de agricultura, com a recuperação das sementes crioulas para a fartura e alimentação saudável da sociedade. Welter ressaltou também que é preciso combater a violência contra mulher, com grande número de assassinadas, inclusive do ponto de vista patrimonial no que diz respeito à autonomia financeira.

"Construir novas relações entre homens e mulheres, e dividir as tarefas. Tudo é fruto do sistema capitalista, que só quer gerar o lucro. Precisamos continuar lutando por créditos subsidiados para produção, ser fortes e conquistar mais mulheres para nossa causa. Estudar, construir lideranças, unir as organizações para construir um projeto popular para o mundo. Assumir os espaços de decisão e poder para conquistar nossos direitos. Não queremos produzir alimento saudável para os ricos, e sim para o povo. Precisamos de crédito e reforma agrária para nos dar condições", concluiu.

Fonte: Abong

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