Pular para o conteúdo principal

Escolas Família Agrícola pedem mesa de diálogo

Um dos objetivos seria garantir que o repasse dos recursos seja feito logo no início do ano.
As Escolas Família Agrícola são organizações não-governamentais, administradas por associações da sociedade civil que, por meio de termos de cooperação com os governos federal, estadual e municipal, colocam em prática a pedagogia baseada na “metodologia da alternância”, que permite adequar o estudo aos trabalhos sazonais exigidos pela agricultura.
Atualmente, a maior parte dos recursos para manutenção das 22 escolas que adotam esse modelo em Minas Gerais são provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A verba, portanto, é federal, e o governo estadual é responsável pela distribuição do dinheiro entre as entidades. Um dos problemas apresentados é a data dos repasses, que não é definida na legislação.
Segundo o secretário da Associação Mineira das Escolas Família Agrícola, Geraldo Pereira Ramos, a regulamentação aponta apenas que metade dos recursos deve ser paga no primeiro semestre e a outra metade no segundo, mas não especifica quando, ao longo dos semestres. Assim, o fato de nenhuma escola ter recebido qualquer verba em 2019 não é considerado atraso. Mas, na prática, as escolas estão sem dinheiro para pagar os professores que já estão trabalhando, por exemplo.
Participantes pedem mesa de diálogo para revisar regulamentações
Os participantes pediram a sensibilidade do Poder Executivo para abrir uma mesa de diálogo, não apenas para tratar das datas de repasses de verbas mas também de outros gargalos da legislação. Um deles, apresentado também por Geraldo Ramos, da Associação das Escolas Família Agrícola, diz respeito à forma de destinação de verba para as unidades. Hoje, o dinheiro é enviado a cada instituição a partir do censo escolar do ano anterior.
Assim, novas escolas não recebem recursos do Fundeb em seu primeiro ano de existência. Aquelas que aumentam o número de alunos atendidos também não têm sido contempladas com o acréscimo, na verba enviada. De acordo com Idalino Firmino dos Santos, também da Associação Mineira das Escolas Família Agrícola, são atendidos atualmente 2.380 alunos em ensino regular, distribuídos por 22 escolas, das quais nove oferecem ensino fundamental, 16 ensino médio e nove contam com educação de jovens e adultos. 
A deputada Leninha (PT), autora do requerimento que deu origem à reunião, reforçou que o repasse rápido dos recursos é urgente para enfrentar as dificuldades das instituições; esse seria o primeiro passo antes de avançar em discussões para melhorias futuras. O deputado Virgílio Guimarães (PT) manifestou sua solidariedade às demandas dos representantes da Escola Família Agrícola. 
Escolas representam oportunidade a jovens do campo
A importância de dar aos jovens do meio rural a possibilidade de estudar foi ressaltada também por Marilene Faustino, coordenadora da Comissão Estadual dos Trabalhadores Rurais da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg). “É no campo que estão as maiores taxas de analfabetismo”, ressaltou. Para ela, os novos governos têm ameaçado tirar dessa população os poucos direitos já conquistados.
Em coro com ela, manifestou-se a deputada Beatriz Cerqueira (PT), que disse que ameaças de cortes de direitos e extinção de programas têm sido diariamente discutidas na ALMG. “O Estado precisa estar no que é mais importante, e a educação é essencial para a sociedade”, afirmou, ao salitentar que é preciso combater a ideia de retirada de responsabilidades dos governos, conforme proposta dos defensores do chamado “Estado Mínimo”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INSTITUCIONAL

O que é segurança alimentar e nutricional sustentável? A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas, alimentares promotoras da saúde que respeitem a diversidade cultural e que seja ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentável. Criação Criado em 1999 pelo Decreto n° 40.324 do Governador do Estado, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais - CONSEA-MG é um órgão colegiado de interação do Governo do Estado com a Sociedade Civil, vinculado ao Gabinete do Governador. Seu objetivo é deliberar, propor e monitorar ações e políticas de segurança alimentar e nutricional sustentável no âmbito do Estado de Minas Gerais. Breve Histórico No ano de 2001 elaborou-se o Plano Estadual Dignidade e Vida e se deu a realização da 1ª Conferência Estadual de Seguranç

PROCESSO DE SELEÇÃO BIÊNIO 2023-2024 CONSEA-MG

A Comissão de Seleção do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas  Gerais - Consea-MG, responsável pelo processo de escolha das Entidades, Organizações Civis e Coletivos  da sociedade civil, na forma da Lei 22.806/2017, do Decreto nº 47.502/2018 e da Resolução nº  001/2022, torna público o presente Edital que trata do processo de seleção e renovação da composição  do Consea-MG para o biênio 2023-2024.  Ficam abertas as inscrições de Entidades, Organizações Civis ou Coletivos da sociedade civil para  seleção de representação para o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas  Gerais (Consea MG), para ocupar 26 (vinte e seis) vagas de membros titulares e 26 (vinte e seis) vagas  de membros suplentes para o Biênio 2023-2024, sendo:  17 (dezessete) vagas de membros titulares e 17 (dezessete) vagas de suplentes destinadas às  entidades, organizações civis e coletivos de abrangência regional, circunscritas à territorialidade,  conforme art.17

Relatório da 8ª CESANS

Conheça o relatório final da  8ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais, realizada nos dias 25 a 27 de outubro de 2023. É com imensa satisfação que compartilhamos o Relatório da 8ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais, realizada nos dias 25 a 27 de outubro de 2023. Este relatório é resultado da resistência, maturidade e compreensão do atual momento político que o país atravessa, marcado pelo desafio da reconstrução das políticas públicas, com o firme compromisso de apoiar aqueles que mais necessitam. Leia AQUI o relatório final da 8ª CESANS. A 8ª conferência reuniu mais de 200 delegadas e delegados de todo o estado. As propostas apresentadas lançam luz sobre as realidades municipais e desempenharão um papel fundamental na elaboração do VI Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (2024/2027). Além disso, essas contribuições enriqueceram os debates da 6ª