FOTO: ARQUIVO
Um agricultor
familiar do município de Fronteira, no território Triângulo Sul, está
experimentando uma nova forma de cultivar e comercializar produtos
agroecológicos. Com orientação dos técnicos da Emater-MG, Lucas Morais
iniciou um processo de produção conhecido como Comunidade que Sustenta a
Agricultura (CSA). Trata-se de um modelo de agricultura solidária em que o
agricultor deixa de vender seus produtos para intermediários e conta com a
participação de membros consumidores para a organização e o financiamento de
sua produção.
O processo CSA colabora para o desenvolvimento sustentável da região e estimula
o comércio justo. Desse modo, os agricultores contam com um recurso garantido
para produzir. Isso facilita a atividade e possibilita, ainda, que toda a
família receba um valor adequado pelo trabalho.
A produção agroecológica do agricultor começou em 2012, quando os técnicos
locais da Emater-MG de Fronteira e da equipe Verde Minas, do município vizinho
de Frutal, organizaram um dia de campo para repassar informações sobre o
sistema de produção. A partir daí, com o esforço da equipe da empresa e apoio
de parcerias, foram realizadas capacitações, reuniões e visitas técnicas à
propriedade, criando um grupo de pessoas sensibilizadas e apoiadoras da
iniciativa.
Hoje, a CSA da região conta com a família de agricultores de Fronteira cultivando
produtos orgânicos certificados que são entregues para 80 famílias de cotistas,
sendo 90% do município de Frutal. Além da Emater-MG, a CSA conta com o apoio do
Instituto Água pra Toda Vida e Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), campus Frutal.
Outras duas propriedades estão em processo de transição agroecológica, ou seja,
produção com técnicas mais sustentáveis, também com assistência da Emater-MG.
“Esse modelo de produção é transformador, pois fortalece a agricultura familiar
e os vínculos comunitários. As pessoas participam ativamente do processo
produtivo, cria-se um ambiente rural totalmente sustentável e torna possível a
segurança alimentar das famílias envolvidas, pois elas estão vendo de onde vem
o alimento que estão consumindo”, afirma a técnica da unidade Verde Minas de
Frutal, Elisângela Alves.
A agroecologia tem como foco conservar e ampliar a biodiversidade dos
ecossistemas, assegurar as condições de vida do solo que permitam a manutenção
de sua fertilidade e o desenvolvimento saudável das plantas. O sistema usa
espécies ou variedades adaptadas às condições locais de solo e clima, garante
uma produção sustentável das culturas, sem utilizar insumos químicos que possam
degradar o ambiente.
“No início, foram muitas as dificuldades em relação ao processo de
comercialização, pois as pessoas ainda não têm conhecimento sobre a diferença
entre a produção agroecológica e a produção convencional”, diz Elisângela.
Fonte: Agência Minas
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