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Troca de sementes e saberes faz sucesso no Festival Nacional de Reforma Agrária






Mais de 300 pessoas de várias partes de Minas Gerais e do Brasil visitaram o estande de conhecimentos e saberes montado pelo CONSEA-MG no Festival Nacional de Reforma Agrária que termina domingo, 24 de julho. A exposição está sendo realizada na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte e teve início no dia 20. 
O estande dispõe de mais de 40 espécies de sementes crioulas consideradas em risco  de extinção  e algumas até extintas em algumas regiões e que foram disponibilizadas pelo “Guardião das Sementes”, o conselheiro do CONSEA-MG, Antônio Vicente.
Antônio mora em Entre Rios de Minas e pertence à Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável Vertentes II. O trabalho de intercâmbio de sementes se acentuou com a sua chegada ao Conselho. Por todos os lugares que visita, sejam feiras, palestras, ou qualquer outro evento voltado para a segurança alimentar, lá está ele ensinando a cultivar e compartilhar as sementes  e o conhecimento. “Estou apaixonado por este festival e pela receptividade não só dos visitantes como dos próprios expositores que vieram de todo canto do país. Trouxe mais de 40 espécies e encontrei aqui mais de 20 espécies que não possuíamos e que estou levando para a nossa região. Foi uma verdadeira troca de experiências. Aprendo muito a cada dia com as pessoas e fico muito grato em poder compartilhar o que possuo de conhecimento”, comentou.
A expositora de Campos dos Goitacazes (RJ), Carla Cordeiro, mesmo com a barraca lotada de produtos e de clientes, conseguiu um tempo para correr até o estande do CONSEA-MG para um “dedo de prosa” com sr. Antônio. “Moro no assentamento Zumbi dos Palmares e quero levar um pouco dessas sementes para o povo da minha comunidade. Peguei dois tipos de sementes de quiabo, almeirão dente de leão, jiló branco e várias outras”, comentou.
O também expositor Francisco Jacó, do Assentamento Monte Socorro, no Ceará, também fez questão de visitar o estande e comentou sobre as dificuldades enfrentadas em sua região. “Além da seca, temos enfrentado as burocracias para financiamento. Mesmo assim, conseguimos produzir e trazer para a feira o milho, feijão, fava, girimum e melancia. Vou levar um pouco de semente para o nosso assentamento também”, acrescentou.
As alunas do curso de licenciatura e educação no campo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também fizeram questão de estender sua visita ao estande do CONSEA-MG. “Somos 140 estudantes de várias partes de Minas e até do Brasil. Moramos em assentamentos e nos meses de janeiro e julho estamos aqui tendo aulas teóricas. O que aprendemos aqui no estande é uma verdadeira aula de como preservar nossa cultura alimentar”, comentou a estudante e monitora da Escola da Família Agrícola de (EFA) de Natalândia, Andrea Campos.     

  
FESTIVAL COM COMIDAS TÍPICAS, ARTESANATO E EVENTOS CULTURAIS















O Festival Nacional de Arte e Cultura da Reforma Agrária, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi realizado de 20 a 24 de julho e tiveram atividades na Praça da Estação, na Serraria Souza Pinto e no Minas Centro.
Participaram expositores de 19 estados com cerca de 160 toneladas de produtos agroecológicos, orgânicos in natura, artesanatos e agroindústria familiar. O espaço ofereceu ainda comidas típicas como churrasco de bode, tapioca, frango com pequi, tropeiro, arroz carreteiro, entre outras iguarias dos assentamentos.
O secretário geral do CONSEA-MG, professor Neivaldo, comentou que o festival proporcionou uma maior visibilidade da agricultura familiar e a  importância da reforma agrária. “Além da comercialização, é importante frisar a valorização do homem do campo e o seu esforço de trazer para nós um alimento mais saudável”, comentou.
Para o presidente da Câmara Governamental Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (CAISANS), Helvécio Magalhães, a troca de experiências entre os participantes de todo o Brasil é um dos pontos mais importantes do festival. “É um momento de apresentar à sociedade os produtos dos movimentos da reforma agrária. Essa é a expressão real de que é possível!”, reforçou.


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