Foi lançada nesta quarta-feira, dia 15, em
Brasília (DF), a Rede do Centro de Formação em Economia Solidária
(CFES Nacional). Articulado nacionalmente pela Cáritas Brasileira, o CFES
Nacional é um projeto da Secretaria Nacional de Economia Solidária/Ministério
do Trabalho e Emprego (SENAES/MTE), que teve início em 2009. Em 2013, a parceria entre a
entidade e o governo que firmaram convênio até 2015, dá continuidade aos
processos de formação.
O Seminário de Lançamento da Rede CFES contou
com um painel que discutiu a temática Economia Solidária como estratégia de
Desenvolvimento Sustentável com superação da pobreza. A mesa composta por Jean
Pierre, da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE),
Paul Singer, da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES/MTE), e
Ademar Bertucci, assessor nacional da Cáritas Brasileira, abordou os temas: desenvolvimento
e pobreza; Economia Solidária e Políticas Públicas; e desafios da educação em Economia Solidária
e as abordagens – territórios, redes/cadeias e segmentos.
Pierre, em sua fala, destacou que o atual
modelo de desenvolvimento é pautado no individualismo, ou seja, no sucesso
individual do ser humano. “O capitalismo só se sustenta se crescer pelo menos
3% ao ano.” Fundamentado no exodesenvolvimento, conforme explicou Singer, o
capital é o principal responsável pela geração da pobreza, pois cria uma
sociedade marcada pela desigualdade. “Até hoje estamos lutando com a herança
maldita do colonialismo.” De acordo com Singer, a Economia Solidária é baseada
no endodesenvolvimento que faz um processo contrário ao exodesenvolvimento, ou
seja, mobiliza comunidades para tomarem consciência de suas potencialidades de
desenvolvimento local superando assim pobreza. Foi nesta linha que Bertucci
destacou a importância do movimento da Economia Solidária em não entrar no
processo de padronização. “A Economia Solidária traz a ideia de diversidade e é
fundamentada na classe trabalhadora.”
Antes do painel, uma mesa foi composta para a
abertura do seminário. Valmor Schiochet, da SENAES/MTE, salientou que “estamos
avançando para uma rede nacional de educadores e educadoras em um esforço
conjunto para ampliar as políticas em Economia Solidária.”
Anadete Gonçalves Reis, vice-presidenta da Cáritas
Brasileira, destacou a credibilidade da entidade que assume pela segunda vez a
articulação do projeto. “Nos sentimos capazes porque não vamos fazer isso
sozinhos. Contamos com uma grande rede de parceiros que mostra para o governo
que outro modelo de desenvolvimento é possível. E a partir do aprendizado que
já tivemos no primeiro CFES que a gente possa garantir e fortalecer a rede de
Economia Solidária.”
Os Centros de Formação em Economia Solidária
são espaços de implementação da política nacional de formação em economia
solidária. Atualmente, o projeto conta com sete centros de formação: um
nacional e seis regionais, sendo estes nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul,
Sudeste, Amazonas I e Amazonas II. Dentre os objetivos está a formação de
educadores, educadoras e gestores públicos que atuam com economia solidária.
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