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DE MARÇO: MULHERES E O CUIDADO COM A VIDA
Há um ano vivenciamos uma
pandemia que cada vez mais nos faz refletir o quão importante é o cuidado da
vida. Este momento coloca em evidência que para o capitalismo a “vida” da
economia vale mais que a vida humana.
Desta forma, neste 8 de
março, em todo o mundo as mulheres se juntam por um mundo sem exploração e
hierarquias e se colocam na linha de frente da resistência aos ataques do
capital contra a vida. Denunciamos serem muitas as violações de direitos sofridas
neste tempo: as jornadas de trabalho aumentaram e pesquisas apontam um aumento
global da violência doméstica, dentre outras.
Para as mulheres o cuidado
está no centro da vida. Nesta pandemia 50% das mulheres passaram a cuidar de
alguém[1]. Nossa resistência se dá por meio da organização e da luta pela
sociedade do Bem Viver, onde a sustentabilidade se traduz no cuidado com a
vida: a vida das mulheres, o cuidado com a natureza, o direito humano à
alimentação saudável e de qualidade. É urgente para nós “articular programas
e ações de diversos setores que respeitem, protejam, promovam e protejam o
direito humano à alimentação adequada, observando as diversidades social,
cultural, ambiental, étnico-racial, a equidade de gênero e a orientação sexual,
bem como disponibilizar instrumentos para sua exigibilidade” [2].
Gostaria de fazer memória
neste dia a primeira brasileira, vítima do COVID, uma trabalhadora doméstica de
57 anos e que traduz a quão ameaçada é a vida da mulher trabalhadora pobre,
especialmente nesses tempos de pandemia.
A luta, a resistência e a
esperança são verbos de ação para nós nesta data. Não é um dia de celebrar, mas
um dia de lutar por uma vida justa e digna para todos nós, mulheres e homens,
especialmente nesse momento em que cresce a extrema pobreza e como consequência
a insegurança alimentar volta ao mapa da fome no país.
Encerramos exclamando que
“precisamos ouvir as mulheres e reconhecê-las como sujeitos políticos
portadoras de novos sentidos para continuarmos caminhando na construção da
soberania e segurança alimentar e nutricional com igualdade de gênero. Esse é
um dos fatores determinantes para a garantia do direito à alimentação adequada
e saudável”[3].
Recebam nosso abraço
afetuoso, solidário e resistente neste dia!
Renata Siviero Martins - Presidente
Joaquina Júlia Martins - Vice-Presidente
CONSEA-MG
[1]Pesquisa SEM PARAR o
trabalho e a vida das mulheres na pandemia. Sof: sempreviva organização
feminista / http://mulheresnapandemia.sof.org.br/
[2] Art. 4º, inciso II, do
Decreto 7.272, de 25.08.2010, que regulamenta a Lei nº 11. 346, de 15.09.2006.
[3]
https://fase.org.br/pt/informe-se/artigos/por-direitos-e-soberania-alimentar-falam-as-mulheres/
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