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MAIS RECURSOS PARA A SAÚDE E PELO FIM DOS BENEFÍCIOS FISCAIS À INDÚSTRIA DAS BEBIDAS ADOÇADAS




Organizações da sociedade civil cobram mais recursos para a saúde e menos benefícios fiscais para indústria de bebidas adoçadas 


Há poucos dias, em 1º de junho de 2020 e em meio à pandemia do coronavírus, os benefícios fiscais da indústria de bebidas adoçadas (categoria que inclui refrigerantes, sucos e chás com adição de açúcar) vai aumentar, levando à queda de arrecadação do governo federal. Essa é a data em que começa a valer a nova alíquota do IPI para concentrados de bebidas dos atuais 4% para 8% (como determina o decreto 10.254/2020), levando a perda de receita de cerca de R$ 200 milhões de reais por ano. Quanto maior o valor da alíquota do IPI, maior o crédito tributário das indústrias que compram os concentrados, e consequentemente, menor a arrecadação do governo federal. Somente em 2019, indústrias de bebidas adoçadas que operam na Zona Franca de Manaus deixaram de pagar R$ 3 bilhões em impostos, de acordo com dados da Receita Federal. 


É por isso que um grupo de organizações da sociedade civil estão unidas e em campanha para que o governo federal publique um novo decreto, revertendo esta situação absurda. “Zerar a alíquota do IPI é uma fonte de recursos imediata que vai ajudar o Brasil a atravessar este momento social excepcional e desafiador”, afirma o trecho da nota pública, assinada por mais de 25 organizações e movimentos da sociedade civil, grupos de pesquisa e associações de pessoas com doenças crônicas. Além da nota pública, foi enviado um ofício ao presidente Jair Bolsonaro, ao ministro da Economia Paulo Guedes e ao Secretário Especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto.

O Brasil não pode aceitar tantos benefícios fiscais concedidos à indústria de bebidas adoçadas, particularmente neste contexto de excepcionalidade. A pandemia de Covid-19 exige enormes investimentos sociais, especialmente na área da saúde pública, que sofre, há décadas, com cortes de gastos, sobretudo após a aprovação da Emenda Constitucional 95. Diante disso, conclamamos o governo brasileiro a alterar o Decreto nº 8.950/2016 e zerar a alíquota dos concentrados”, afirma trecho da nota pública. 

“Além de deixar de arrecadar milhões de reais, que seriam valiosos para o investimento em saúde, nosso país está incentivando o consumo de produtos que adoecem adultos e crianças, e aumentam os custos do Sistema Único de Saúde (SUS). Mais da metade da população brasileira está acima do peso e 20%, com obesidade, dados alarmantes e que crescem ano a ano. Evidências científicas apontam o consumo de bebidas adoçadas como fator de risco para doenças como diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão, doenças cardíacas e câncer, bem como doenças associadas à piora de quadro e morte de pessoas que contraem o vírus da Covid-19.”


Para informar e sensibilizar a população sobre o tema, a ACT Promoção da Saúde está lançando uma campanha nas redes sociais, chamando a atenção para a contradição do aumento dos benefícios fiscais para a indústria de bebidas adoçadas em meio à crise sanitária, social e econômica que assola o país. A campanha conta com uma série de cards, e será divulgada no Facebook, Instagram e Twitter da ACT e das organizações parceiras, que participam do mutirão virtual. 


O Brasil não pode aceitar tantos benefícios fiscais concedidos à indústria de bebidas adoçadas, particularmente neste contexto de excepcionalidade. A pandemia de Covid-19 exige enormes investimentos sociais, especialmente na área da saúde pública, que sofre, há décadas, com cortes de gastos, sobretudo após a aprovação da Emenda Constitucional 95. Diante disso, conclamamos o governo brasileiro a alterar o Decreto nº 8.950/2016 e zerar a alíquota dos concentrados”, afirma trecho da nota pública. 

Tributação de bebidas adoçadas e saúde

Os benefícios fiscais concedidos à indústria no Brasil vai na contramão das melhores práticas internacionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendam tributos mais altos para bebidas adoçadas como medida capaz de aumentar seu preço, reduzir seu consumo, e consequentemente, melhorar a alimentação da população, prevenindo doenças. Mais de 20 países adotam impostos especiais para bebidas adoçadas como forma de prevenir doenças crônicas não-transmissíveis associadas ao consumo excessivo. 

No Brasil, mais da metade da população brasileira está acima do peso e 20%, com obesidade, dados alarmantes e que crescem ano a ano. Evidências científicas apontam o consumo de bebidas adoçadas como fator de risco para doenças como diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão, doenças cardíacas e câncer, bem como doenças associadas à piora de quadro e morte de pessoas que contraem o vírus da Covid-19. 

Veja o nosso manifesto completo em: https://bit.ly/FimSubsidiosManifesto 


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